Trouxemos para você um resumo das principais notícias relacionadas à Binance, stablecoins e o panorama regulatório das criptomoedas na última semana.
Percebemos que não houve impacto aparente da prisão do Changpeng Zhao (CZ) no desempenho da Binance no mercado.
Você verá também a exchange se preparando para as novas diretrizes do MiCA da União Europeia, a exclusão de stablecoins não autorizadas e a valorização da Binance Coin (BNB).
Além disso, fizemos um apanhado geral sobre a entrada das criptomoedas no mainstream e as tendências regulatórias para as stablecoins.
Boa leitura!
Changpeng Zhao (CZ), fundador e ex-CEO da Binance, começa a cumprir pena nos EUA
O encarceramento de quatro meses em uma prisão federal na Califórnia vai punir CZ por violar leis de combate à lavagem de dinheiro nos EUA.
A Binance e Zhao admitiram culpa e fizeram um acordo com o governo americano, que incluiu uma multa de US$4,3 bilhões e a supervisão das operações da empresa. Zhao, com uma fortuna de US$36,2 bilhões, é a pessoa mais rica a cumprir pena em uma prisão federal dos EUA.
Posição da Binance com relação a stablecoins não autorizadas
A Binance está se preparando para a implementação do novo regulamento de Mercados de Criptoativos (MiCA) da União Europeia, que entrará em vigor em 30 de junho de 2024.
O MiCA estabelece um conjunto abrangente de regras para a emissão e negociação de criptoativos na UE, com o objetivo de proporcionar maior clareza e segurança jurídica para investidores e empresas do setor. Em resposta a essas novas regulamentações, a Binance adotará medidas significativas para garantir a conformidade com as exigências legais.
A partir de 30 de junho, a Binance restringirá o uso de stablecoins que não estejam autorizadas sob o novo regulamento MiCA. Isso significa que várias stablecoins atualmente em circulação podem ser afetadas e, como resultado, os usuários da plataforma terão que converter esses ativos para outras criptomoedas, stablecoins regulamentadas ou moedas fiduciárias.
A Binance informou que essas mudanças são necessárias para atender às novas exigências regulatórias e evitar qualquer interrupção em suas operações na União Europeia.
O impacto dessa medida será significativo, já que as stablecoins desempenham um papel central no ecossistema de criptomoedas, ao oferecerem uma alternativa estável e menos volátil em comparação com outras criptos. A Binance enfatizou que continuará colaborando estreitamente com as autoridades regulatórias para garantir uma transição suave e para manter a confiança de seus usuários e parceiros.
O regulamento MiCA visa estabelecer um quadro regulatório unificado para toda a União Europeia, abordando questões como a proteção dos consumidores, a integridade do mercado e a prevenção de crimes financeiros, incluindo a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo.
A conformidade com o MiCA permitirá que a Binance e outras plataformas operem com maior segurança jurídica e ampliem suas ofertas de serviços dentro do mercado europeu.
Além das restrições de stablecoins, a Binance está ajustando suas estratégias e operações internas para se alinhar com os requisitos do MiCA. Isso inclui a revisão de seus procedimentos de conformidade, melhorias nos sistemas de segurança e a implementação de novas práticas de governança corporativa.
A empresa também está investindo em educação e treinamento para seus funcionários para garantir que todos estejam cientes das novas obrigações e capazes de lidar com as mudanças regulatórias de maneira eficaz.
Binance anuncia a remoção de quatro criptomoedas
OMG, WAVES, WNXM e XEM serão excluídas da plataforma a partir de 17 de junho. A decisão baseia-se em fatores como volume de negociação e estabilidade da rede.
A notícia impactou os preços, com a WAVES caindo quase 30%, OMG 28%, XEM 30% e WNXM 5%. Os usuários poderão retirar esses tokens até 17 de setembro. As razões para a remoção incluem preocupações sobre viabilidade e segurança dos tokens.
Binance Coin está subindo. Entenda porquê.
A Binance Coin (BNB) tem mostrado um aumento significativo, atingindo um recorde histórico de US$712 e alcançando um valor de mercado de mais de US$104 bilhões, tornando-se a quarta maior criptomoeda do mundo.
Existem várias razões para essa alta:
1.Otimismo no mercado cripto: analistas estão otimistas com o Bitcoin e outras criptomoedas. Mike Novogratz sugeriu que o Bitcoin pode chegar a US$100 mil ainda este ano, se ultrapassar a máxima acumulada de US$73.800.
2. Clareza regulamentar: a indústria de criptomoedas está obtendo mais clareza regulatória à medida que o Congresso dos EUA considera novos projetos de lei. Se aprovados, grandes bancos como Goldman Sachs e JPMorgan poderão oferecer soluções de custódia criptografada.
3. Aumento de volume na plataforma Binance: o volume de negociação na exchange aumentou significativamente, com US$20,4 bilhões em volume à vista e US$58 bilhões em volume de derivativos nas últimas 24 horas.
4. Desempenho do ecossistema da cadeia BNB: o valor total bloqueado (TVL) na rede BNB subiu para mais de US$7,8 bilhões, e a quantidade de stablecoins no ecossistema aumentou para mais de US$5 bilhões. Principais redes no ecossistema incluem PancakeSwap, Venus, Solv Protocol e TokenFi.
O preço do BNB também subiu significativamente quando CZ começou a cumprir sua sentença de prisão de 4 meses. Estima-se que ele sairá da prisão mais rico do que entrou, com um patrimônio líquido de mais de US$38 bilhões.
Previsão de preço do BNB
O gráfico diário de 05 de junho da Trading View mostrou uma tendência de alta contínua para o Binance Coin, que superou a resistência de US$644.
Com indicadores técnicos como as médias móveis exponenciais (EMA) de 50 e 100 dias, o Índice de Força Relativa (RSI) e o MACD apontando para cima, a perspectiva para o token é extremamente otimista, sendo que o próximo objetivo é US$800.
Guilherme Nazar, diretor-geral da Binance para o Brasil, se manifestou sobre a alta da BNB:
“A Binance não comenta flutuações de preços nem faz recomendações de investimentos, mas o que observamos é a entrada de cada vez mais pessoas no espaço cripto no contexto de vários fatores. Entre eles, ciclos macroeconômicos e tendências do setor, que podem influenciar a percepção dos investidores em relação a alguns ativos e impactar os preços.
As recentes aprovações dos ETFs de BTC e ETH à vista nos EUA têm gerado uma onda de otimismo nos últimos meses e abrem a possibilidade de investidores tradicionais terem exposição em suas carteiras a criptomoedas.
A partir disso, o investimento direto em bitcoin e diversos instrumentos regulamentados poderão coexistir, permitindo variadas estratégias de investimento e adaptando-se a diferentes perfis de risco e preferências. Isso pode sinalizar a possibilidade de uma nova era de adoção e legitimidade, não só para o bitcoin, mas também para o espaço cripto em geral".
Panorama regulatório geral das criptomoedas
Entenda como as criptomoedas estão entrando no mainstream e as tendências regulatórias das stablecoins.
As criptomoedas, inicialmente vistas com ceticismo, estão cada vez mais integradas ao sistema financeiro tradicional. Esse movimento é impulsionado por grandes empresas financeiras, como a Visa e a Mastercard, que agora oferecem serviços relacionados a criptomoedas, e por bancos que estão criando suas próprias plataformas de negociação de criptoativos.
A crescente aceitação institucional legitima as criptomoedas e abre caminho para uma adoção mais ampla por parte do público e das empresas. Além disso, produtos financeiros inovadores, como ETFs de Bitcoin, estão tornando as criptomoedas mais acessíveis aos investidores convencionais.
Além disso, as stablecoins (tipo de criptomoeda projetada para manter um valor estável, geralmente atrelado a uma moeda fiduciária, como o dólar americano) têm se mostrado atraentes para uso cotidiano e como reserva de valor.
Tendências globais na regulamentação dos stablecoins
A regulamentação das stablecoins é um foco crescente dos órgãos reguladores em todo o mundo.
Governos e instituições financeiras estão preocupados com a potencial influência das stablecoins na política monetária, na estabilidade financeira e na proteção do consumidor. A regulamentação visa garantir que as stablecoins tenham mecanismos de estabilização eficazes, governança robusta e conformidade com normas de liquidez e gerenciamento de dados.
A nível global, órgãos como o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) e o Comitê de Supervisão Bancária de Basileia estabeleceram diretrizes para a supervisão de stablecoins, enfatizando a necessidade de uma regulamentação que seja proporcional ao risco e à atividade.
Os padrões de Basileia, por exemplo, classificam stablecoins que atendem a certos critérios como "criptoativos do Grupo 1b", que recebem um tratamento de capital regulatório favorável. Esses critérios garantem que as stablecoins sejam totalmente respaldadas por ativos de reserva líquidos e de alta qualidade.
Requisitos locais de regulamentação
Além das diretrizes globais, vários países estão implementando suas próprias regulamentações para stablecoins. Essas regulamentações geralmente abordam temas como licenciamento, gestão de reservas, direitos de resgate e requisitos de divulgação de informações.
Alguns países exigem que os emissores de stablecoins obtenham licenças específicas, enquanto outros permitem que instituições financeiras reguladas emitam stablecoins sem licenças adicionais, desde que sigam diretrizes rigorosas.
Por exemplo, Hong Kong está propondo um regime de licenciamento para emissores de stablecoins referenciadas em moeda fiduciária, administrado pela Autoridade Monetária de Hong Kong. Essas regulamentações garantem que os emissores mantenham ativos de reserva suficientes e líquidos, segregados de seus próprios ativos, e passem por auditorias independentes regulares.
Convergência regulatória
À medida que o uso de stablecoins cresce globalmente, diversos atores governamentais e do mercado financeiro estão destacando a necessidade de uma convergência regulatória.
Seu argumento é que a falta de harmonização nas regulamentações pode criar obstáculos de conformidade para os participantes do mercado e afetar o desenvolvimento sustentável do ecossistema de stablecoins.
Por isso estamos presenciando os atuais esforços de cooperação internacional e coordenação regulatória para ‘criar um ambiente consistente e seguro para as stablecoins’.
Resumindo…
A entrada das criptomoedas no mainstream e a crescente atenção regulatória sobre as stablecoins refletem uma mudança significativa no panorama financeiro global.
Enquanto as criptomoedas se tornam mais aceitas e integradas ao sistema financeiro tradicional, as stablecoins oferecem um meio estável e eficiente de transferir valor tanto dentro quanto fora do ecossistema cripto.
Assim, é natural que o discurso da regulamentação, tão enraizado no sistema financeiro tradicional, se faça presente neste novo cenário. A narrativa é clara: só assim será possível aproveitar o potencial transformador dessas inovações e garantir, ao mesmo tempo, a proteção dos consumidores e a estabilidade financeira.
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